Por Carlos Figueiredo –
Advogado e graduando em Psicologia
Com o intuito de
humanizar os atendimentos, no início do século XX surgiu a proposta de se
incluir a atuação do psicólogo na área da educação médica. A inserção do
psicólogo na saúde pública ocorreu em 1970, com a ideia de se criar equipes
multidisciplinares para os atendimentos em hospitais psiquiátricos, buscando,
além da mencionada humanização, a redução de custos.
Apesar de fundamental
importância, a atuação do psicólogo no campo da saúde vem sofrendo duras
críticas de diversos autores atuais, principalmente relacionadas com a formação
deficiente dos psicólogos, diante de um aparente conteúdo insuficiente advindo
dos bancos catedráticos.
Em que pese tal
afirmação, o fato é que a atuação do psicólogo na saúde pública é uma
realidade, porém, as dificuldades são enormes, diante de vários fatores que
limitam a atuação do profissional da Psicologia no seu dia-a-dia. Questões como
a forma de atendimento, que ocorre de maneira diferente do atendimento clínico
particular, a dificuldade dos próprios pacientes em se manterem em tratamento,
quer seja pela falta de tempo, pela falta de recursos para locomoção, pela
demora em se obter resultados práticos, tendo em vista que as terapias tendem a
durar um tempo considerável, ou mesmo pelo preconceito cultural relacionado com
a errônea afirmação de que o tratamento psicológico é dirigido apenas aos
“loucos”, são fatores que dificultam sobremaneira a atuação do profissional.
As condições também não
são as ideais. A demanda é muito grande e nem sempre há quantidade ideal de
profissionais, obrigando os servidores a promoverem ajustes que nem sempre são
os indicados, porém, que se apresentam por diversas vezes como únicas
alternativas.
Por outro lado, em que
pese as dificuldades e falhas apontadas, não se discute a real e fundamental
importância da atuação dos profissionais da Psicologia junto à saúde pública.
Alternativas como tratamentos em grupo têm se mostrado muito positivas e com
bons indicativos de êxito.
A população, de um modo
geral, tem evidenciado uma favorável mudança de postura quanto ao trabalho
desenvolvido pelos psicólogos, reconhecendo e valorizando sua atuação, o que dá
força para a classe e obriga o Estado a dar a devida importância que a
Psicologia merece.
Diante de tal cenário,
aliando-se a necessidade da disponibilidade de mais profissionais pela grande
demanda de pacientes em potencial e seguindo o as tendências mundiais de
incentivo às políticas públicas de prevenção às doenças, novos campos de
atuação estão sendo criados e se mostram cada vez mais necessários. Com isso, a
figura do profissional da Psicologia ganha prestígio e destaque, na medida em
que a sua atuação trará verdadeiros ganhos para o ente estatal, já que os
gastos com as intervenções em doenças seriam diminuídos, sobrando mais recursos
para a utilização em outras áreas tão necessárias e tão carentes de
investimento, além da efetiva melhora da condição de saúde da sociedade como um
todo.
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