Governo incluiu 37 medicamentos orais na lista de
procedimentos com cobertura obrigatória
Fonte: Folha de S. Paulo
– Cotidiano – 22.10.2013
Na relação, há itens que custam mais de R$ 600; ao
todo, são 87 novos tipos de tratamento citados pela ANS
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
A partir de 2 de janeiro, planos de saúde deverão
garantir a cobertura de 37 medicamentos orais para o tratamento de câncer.
Após lançar consulta pública sobre o tema, há cinco
meses, o governo anunciou ontem a lista de procedimentos que devem ser
garantidos pelas operadoras.
Essa revisão da cobertura é feita pela ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar) a cada dois anos.
Na lista, há medicamentos que podem custar mais de
R$ 600 --é o caso da bicalutamida, usada no tratamento de câncer de próstata.
Ao todo, são 87 novos procedimentos médicos e
odontológicos. Entre eles estão, por exemplo, 28 cirurgias por vídeo, novas
indicações para o exame PET scan (usado no diagnóstico de câncer) e aumento do
número de consultas com profissionais como nutricionistas e psicólogos.
A medida deve beneficiar 42,5 milhões de usuários
de planos de saúde de assistência médica e 18,7 milhões de consumidores de
planos exclusivamente odontológicos.
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) defendeu a
oferta dos remédios alegando que isso dará mais qualidade de vida aos
pacientes.
"Cada plano de saúde pode ter sua forma de
distribuição. Alguns podem fazer ressarcimento --o paciente paga e depois
recebe-- ou se associar com distribuidoras e farmácias", explicou.
O diretor-presidente da ANS, André Longo, afirmou
que o aumento da cobertura obrigatória não deverá refletir em aumento de
preços.
"Os impactos sobre o reajuste das mensalidades
têm sido, na série histórica, pequeno. O maior já visto foi de 1,1% [em
2011]", afirmou.
Longo disse ainda que alguns procedimentos tendem a
diminuir o tempo de internação e que a compra em maior quantidade dos remédios
também barateia o valor final pago ao fabricante.
"É uma redução de custo com impacto benéfico
na saúde dos pacientes. A medicação oral oferece maior conforto ao paciente e
reduz a necessidade de tratamento em clínicas e hospitais."
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